Para
minhas queridas amigas, Tida Thomaz e Cristina Salek de Siqueira, eternamente apaixonadas por seus pais.
Nestes últimos
dias Campinas foi abalada por notícias muito
tristes. Não se trata de nada ligado à política campineira, como poderia
imaginar o leitor mais açodado. Sob pena de macular o nome daqueles que busco
exaltar aqui, “a tal” política campineira por sua recente história não merecia
se quer ser mencionada nesta crônica. Vou falar de pinheiros frondosos, que
jamais se vergaram, diferentes de certos políticos que como varas de bambu dançam
ao sabor do vento. Vou citar dois pilares, dois grandes homens que faleceram nestes últimos
dias. Os dois tiveram grande importância na minha vida e na vida de outros
tantos por esse Brasil afora: Dr. Francisco Isolino Siqueira e Dr. José
Henrique Pierangeli . Não vou relatar aqui todo o curriculum dos dois grandes
causídicos, pois o exemplo que deixaram como homens e cidadãos se sobrepõe aos seus eméritos feitos
acadêmicos ou dentro de suas profissões, onde suas ações vitoriosas foram mais
que prolíferas. O primeiro era Advogado, o segundo, Procurador de Justiça, que
ao se aposentar, voltou a exercer a Advocacia. Os dois, grandes professores que eu, como muitos outros alunos de Direito
da Puccamp, tivemos a sorte de tê-los como
mestres. Faço aqui uma breve pausa sobre a história desses dois protagonistas para
explicar melhor o título de minha crônica. Quando falo em Supremo não estou me
referindo ao Supremo Tribunal Federal, falo de um outro Supremo. Estou me
referindo ao “andar de cima”, à casa do Criador, do Pai... Ainda mais porque os
membros do Supremo Tribunal Federal de uma forma geral tem decepcionado em
muito o cidadão brasileiro. Suas últimas decisões ou indecisões, sempre embasadas em vasta doutrina e
legalidade, muitas vezes carecem de bom senso e muitas vezes se norteiam em princípios que o cidadão comum
não consegue compreender. Na verdade não é só Supremo Tribunal Federal que tem
as suas mazelas expostas por toda mídia
nacional. As descobertas do CNJ que, como órgão fiscalizador do Judiciário, abriu
a “caixa preta” da instituição e deparou-se com uma verdadeira “caixa” de
Pandora. Os resultados destas investigações tem deixado, a maioria dos ciosos membros
do Judiciário, que não se contaminam pelo corporativismo, ruborizados e o
cidadão brasileiro estupefato. Volto agora a falar de meus mestres. Como já
havia dito antes, eu, como centenas de alunos, tivemos sorte de conviver com esses dois luminares do direito, Professor
Isolino e Professor Pierangeli. Eles inspiraram a muitos. Fizeram da cátedra a
sua religião, e cheios de conhecimentos os distribuíam para todos seus
discípulos. E todos nós, encantados com o saber de nossos maestros, devorávamos
e nos alimentávamos de todos esses ensinamentos. Se por um lado, a perda desses dois patronos do direito nos entristece e enche nosso peito de pesar, talvez
devamos ser menos egoístas e entender que aqui junto de nós, nessa primeira
instância, suas missões estavam cumpridas e com louvor. Isolino e Pierangeli nos deixaram e foram para
o Supremo. Atenderam ao chamamento de uma instância maior. Foram continuar seu
trabalho onde hoje são imprescindíveis. Deus, sem dúvida, ao levá-los, manda um
recado para todos aqueles que militam na justiça aqui na terra. Deus manda um “torpedo”
para aqueles que de modo muito pernóstico se auto denominam “operadores do direito”,
seja lá o que isso quer dizer, ou quanto essa nomenclatura tenha ajudado a dar
celeridade ao processos, ou melhorado a distribuição da justiça em nosso país. Deus
nos manda um aviso: - Atenção senhores “operadores do direito”, vocês também
querem um lugar aqui no andar de cima? Querem saber o que devem fazer para
merecer um lugar aqui no Supremo? Vou ajudá-los a entender o que devem fazer para
alcançar essa meta. Não vou ditar leis ou regras, pois vocês, pernósticos
“operadores do direito”, irão de novo interpretá-las ao seu bel-prazer. Vocês
com suas apuradas técnicas processualísticas conseguiriam burlar essas regras,
alegariam estar dentro da lei, e dariam às suas interpretações um vestal de legalidade,
mesmo que desprovidas de princípios éticos e morais. Deus foi curto e grosso: Francisco
Isolino de Siqueira José Henrique Pierangeli estão aqui nesta Instância Superior,
como símbolos, como ícones. Para alcançar um lugar no Supremo basta seguir o
exemplo desses homens. Basta exercer a cidadania como esses grandes cidadãos
brasileiros fizeram. Espelhem-se em
Francisco Isolino de Siqueira e José Henrique Pierangeli essa é a receita para
chegar ao Supremo. Ah! Aproveitem para dar também um recado ao Governador Geraldo
Alckmin: Aqui no Supremo não temos lista tríplice, os primeiros são sempre os
escolhidos.